quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Paprika X Inception

Eu sou nerd e não nego. Quando tento me livrar desse fardo que me acompanha desde a adolescência me dou conta de que estou digitando um texto sobre um anime.
Mas, nerd ou não, acho justo falar de Paprika  e a mega-super-bláster-ultra produção americana A Origem (Inception).
Paprika é um filme de animação japonesa que foi lançado em 2006 pela Sony Entertainment e até aqui não há nada de realmente interessante.
 Mas o enredo é genial e inteligente demais para ser ignorado, e é nesse ponto que quero chegar.
Um programa de auxilio a tratamentos psiquiátricos é desenvolvido e utilizado ainda sem autorização governamental.
Esse programa permite que o médico ‘invada’ os sonhos do paciente, acompanhe, estude e altere (se necessário) alguns elementos.
Porém antes que ele esteja concluído, alguns arquivos de sonhos são roubados e usados indevidamente. Sonho e realidade se misturam desenfreadamente. Aspectos extremamente lúdicos, folclóricos e até macabros se unem enquanto pessoas enlouquecem diante de tantas alucinações. Em determinada altura do longa o próprio telespectador sente que também está sendo enganado pelos sonhos das personagens, e percebe que em algum momento do filme o que parecida real passou a ser ilusão imperceptivelmente.
Parece confuso, e realmente é.
Paprika é uma animação para adultos e diria mais: para gente inteligente.
Algumas coisas interessantes da psicologia são usadas descaradamente, como alterego, ou pequenos elementos de mitologia grega e daí, meu amigo, é necessário certo feeling pra sacar a jogada.
Mas o grande tempero desse filme é que não é cansativo nem pseudo-intelectual: é inteligente porque precisa ser. E ponto.
A Origem é um filme lançado em 2010 e está no cinema atualmente. Eu ainda não vi, mas não pude deixar de notar no trailler as ‘semelhanças’ com Paprika:
Don Cobb (Di Caprio) é um invasor de mentes que atua principalmente durante o sono das vítimas e pode roubar e/ou acrescentar informações ao inconsciente alheio. De repente ele se vê perseguido pelo serviço de espionagem e todo aquele blá blá blá norte americano que costuma estragar grandes produções.
 Vi milhares de críticas positivas sobre A Origem e nenhuma delas fazendo qualquer alusão à produção japonesa.
Então resolvi falar sobre.
Porque deu na telha.

Eu indico: Paprika
Direção: Satoshi Kon
Duração: 90 min.
Ano: 2006

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Uia!

Segue uma dica bacana: o Uia . Corre, porque é hoje!


Um site com informações concisas, escrita por gente interada e bacanuda

Lá você encontra dicas Do DIA! de noite, gastronomia, cinema, arte e muiiiiiiiiiiiiiiiiiiito mais.

Fica a dica

MV

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Prazer...


“Olá, venho por meio desta...”

“É com prazer que peço sua atenção...”

“Oi, tudo bem? Leia o Not Cult, um blóg bacana que você precisa ler.”

Como todo estréia há de se precisar uma apresentação, uma primeira intenção...

Não sei se uso frases ensaiadas, meios notáveis para te convencer...

Sei lá, toda intuito tem um por quê... uma razão.

Aqui não tem, tem apenas a simples vontade de nos fazer bem. De mostrar o que a gente tem (ou não).

De ruim ou de bom, de ruína ou de dom...

De mostrar o que cada mundo pessoal tem de bom.

Que o céu ali em cima é muito maior do que enxergamos. Pensamentos, percepções, aspirações ou até mesmo desilusões.

To aqui pra pôr mais umas reticências e não aumentar uma vírgula ou ponto...

Peço permissão para adentrar no seu mundo e dou-lhes licença ao nosso, fiquem as vontades!

Salve ao Not Cult!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Starts with you.

Em exatos 36 dias...

...

Milhares de pessoas se dependuravam em cercas e muros causando um verdadeiro tumulto.

Descamisados e sujos, revoltados, sedentos por um pouco de cultura e liberdade alternativa. Feio de se ler, mas de se ver foi uma coisa bonita que só.

Homens, mulheres e famílias inteiras surgiam por todos os lados aos poucos, aos montes, aos bandos. Alguns cansados pela viagem, outros com marcas de cansaço da vida, mas todos com o êxtase e a empolgação estampados nos olhos muitas vezes vermelhos.

De todas as formas possíveis e com ideais ainda questionados e discutidos por muitos, eles foram se amontoando entre a lama e o caos*, e só quem teve a sorte de assistir a isso no conforto de um helicóptero é que pôde narrar a real proporção que tudo tomou.

Em um helicóptero, aliás, uma mulher pariu durante aquele evento.

Ela não foi a única. Lá embaixo outra deu a luz enquanto uma nova interrompia a gestação. Excesso de drogas? Talvez...

Mas a essa altura do campeonato a heroína, embora presente, já era personagem quase imperceptível do espetáculo.

Barracas e cigarros disputavam espaço no chão com os casais que protagonizavam os amassos mais sem-vergonhas de que se tem conhecimento.

As moças ensandecidas por um pouco de igualdade (ou simplesmente desapegadas a qualquer puder) mostravam os seios sem nenhuma hesitação. Os artistas de renome perderam os holofotes, e a marca registrada do festival passou a ser seu público desencanado e frenético.

Às 17h daquela sexta-feira o primeiro acorde foi dado. A farra deveria terminar em três dias, mas até hoje as memórias e os arquivos soam aos ouvidos como um bom e velho rock´n roll.

Há exatos 41 anos...


*Nação Zumbi


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O SWU acontece em Itu-SP em Outubro e tem a intenção de remontar o sucesso do Woodstock. Balela...
Para isso seria necessário muito menos dinheiro, muito menos estrutura, muito mais acesso e muito mais ideais.
Mas está aí para quem pode e para quem quer.


Texto: Cíntia Carvalho

Aqui Jaz

Morar em São Paulo gera, por si só, uma iquietação cultural.
Tem-se as mãos uma quantidade excitante de manifestações, de todas as cores, de todos os gêneros para todos os gostos.
E ter tanta opção ao alcance faz com que cada paulistano sinta-se um pouco mais dono de si.
Pode-se provar um pouco de tudo.
Pode-se escolher um pouco do todo.
Pode-se gostar dos raros.
É por isso que o Not Cult entra no ar: para falar do que está em todo lugar mas com pouca visibilidade.
Para falar do underground sem a pretensão mesquinha de gerar um itelectualismo falso.
Para falar do que der na telha.
Sem ninguém pra encher o saco.
Cíntia Carvalho